Eu, Paralamas e a gurizada

By Paloma Weyll - agosto 23, 2009

Ha mais ou menos um ano atrás eu fui ao show do Scorpions aqui no Rio. Conhecia algumas músicas, mas aprendi a gostar mesmo com o meu pai. Me lembro que achei super engraçado na época, pois as pessoas mais jovens no HSBC Arena era eu e meu marido. Por todo lado, só se via “tiozão”, vestidos à caráter (ou tentando se vestir de uma forma mais descolada). Tinha um grupo de amigos bem ao meu lado, na faixa dos 55 a 65 anos, que estavam relembrando a época da juventude. De repente, um deles disse aos demais que tinha “baixado” todas as músicas do grupo no computador. Nenhum dos presentes entendeu. O amigo teve que explicar, enfatizando que aprendera aquilo com um professor de informática particular e que eles deveriam tentar.


Conto esta história pra vocês porque na época eu fiquei um pouco assustada com o fato de pouquíssimos jovens gostarem do Scorpions. O local estava tão vazio, que quem tinha comprado ingresso para o local mais barato e longe (eu), foi convidado para ir para pista (um presente dos Deuses!!). Já ontem, no show do Paralamas, o cenário foi totalmente diferente. Quando eles iniciaram o grupo meu marido tinha 4 anos de idade e eu sequer sonhava com a idéia de um dia viver nesse mundinho complicado. Acho que meus pais nem tinham se conhecido... O espaço do Citibank Hall estava dividido ao meio. Para a frente, mesas e cadeiras onde estavam as pessoas mais velhas que, provavelmente, devem ter acompanhado o surgimento da banda. Do meio para o fim era a pista, onde estavam os jovens como eu (??). Coloco esses dois pontos de interrogação por que me senti uma velha. Não que eu devesse ficar no espaço reservado para as mesas, auto lá! Mas ao meu redor só tinha pré-adolescente e adolescente, altamente paramentados para o show. Eles tinham uma energia absurda! Cantavam todas as músicas a plenos pulmões e se acabavam como se fosse o último dia de carnaval em Salvador. Eu, por outro lado, tentava acompanhar. Meio que sedada por uns remédios de alergia que estou tomando, me obriguei a reagir! A ajuda veio quando Hebert tocou a música, Meu Erro. Eu não sei ao certo em que ano essa música foi composta. Mas muito provavelmente acredito que tenha sido bem antes da maioria daquela rapaziada entender o que é o Paralamas. Essa música embalou a minha adolescência e muitas das minhas inúmeras crises amorosas. Nessa hora, eu tirei o pé do chão! Esqueci sonolência, esqueci alergia e me entreguei àquele som enlouquecedor em uma roupagem totalmente nova.


Naquela hora, olhando à minha volta, entendi na prática o real conceito de uma banda atemporal.

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3 comentários

  1. Show de bola essa música!
    Tem uma versão com a Marisa Monte muito boa...

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  2. essa música é D-E-M-A-I-S!!!!!!!!!! não tem quem fique parado ao ouví-la.
    PS> Não queirA TER A ENERGIA DE GAROTOS DE 13, 14 ANOS. VC JÁ FOI DE CERTA FORMA, ASSIM. CHEIA DE ALEGRIA CONTAGIANTE E PARAMENTADA PARA FESTAS. HOJE SEU PONTO DE VISTA MUDOU, MUITA COISA MUDOU...

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  3. Tchuvi, vc tá falando umas coisas profundas ultimamente. O que acontece?? rssss Bjs

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