By Paloma Weyll - dezembro 10, 2020


 

Se em março, em pleno início da pandemia, me dissessem que até o fim do ano eu escreveria e publicaria um livro e que o mesmo estaria a venda na Livraria, um dos locais que eu mais amo no Rio de Janeiro, eu diria, “Só em sonho!”


Não estava nos meus planos. Aliás, sequer estava no meu radar.

Por muitos anos eu fui condicionada a planejar, executar e controlar. Eu precisava projetar aonde eu queria que a minha carreira estivesse nos próximos 5 anos (exercício surreal para uma sagitariana como eu). Foco, determinação, eram as palavras de ordem. Mas confesso que esses planejamentos nunca funcionaram para mim. De uma certa forma, a vida sempre me levava para outro lado. Era eu lutando contra a minha natureza.

Então o mundo “parou”. E com isso eu me permiti não ter planos. Não ter metas. Me deixei navegar sem rumo, a deriva, indo para onde a correnteza me levava, guiada apenas pela curiosidade. Para onde ela pode me levar? Até onde consigo ir? Sem pressão, sem metas, sem pressa. E o resultado foi esse. Meio que devagarinho, como brincadeira comecei a rascunhar uma história que se tornou muito maior do que qualquer planejamento pudesse prever.

E o que vem agora? Não sei. Resolvi abraçar a minha natureza e não especular muito sobre o futuro. Vou seguindo o fluxo do rio. Afinal, encontrar algo que te faz feliz e realizada, perto de completar 42 anos, já é um privilégio e tanto!

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